segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dicas de português - 3

1ª) Estou a disposição ou à disposição?
O certo é: “Estou à disposição”.
Para provar que há crase (preposição “a” + artigo definido feminino “a”), basta substituir a palavra feminina (=disposição) por uma masculina (=dispor): “Estou ao dispor” (ao = à).
É interessante lembrar que o uso do acento indicativo da crase é facultativo antes dos pronomes possessivos femininos: “Estou à sua disposição ou a sua disposição” (= ao seu dispor ou a seu dispor).

2ª) PARALIZAR ou PARALISAR?
Leitor quer saber se está correta a frase “…com medo do escuro que cega pra trás, medo do clarão que cega pra frente. Paralizo.”
O medo era tanto que a cegueira foi inevitável. Deve ser por isso que muita gente “paraliza” com “z”.
Por maior que seja o medo, toda PARALISAÇÃO se escreve com “s”.
Se você quiser PARALISAR, tudo bem. Mas, pelo amor de Deus, PARALISE sempre com “s”.

3ª) PERGUNTADO  ou  QUESTIONADO?
1o) QUESTIONAR não é PERGUNTAR.
Se você quer saber alguma coisa, PERGUNTE. Quando nós QUESTIONAMOS alguma coisa, estamos “pondo em dúvida”. Nós podemos, por exemplo, “QUESTIONAR o valor de um projeto, uma prestação de contas, a contratação de um jogador de futebol…”
É interessante observar que a diferença só existe entre os verbos. Um conjunto de PERGUNTAS forma um QUESTIONÁRIO. É que ainda não inventamos o “perguntário”.
2o) Só a coisa pode ser PERGUNTADA.
Quem PERGUNTA PERGUNTA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto). Isso significa que, na voz passiva, só a coisa poderia ser perguntada.
Com muita frequência, encontramos nos nossos bons jornais frases do tipo: “PERGUNTADO a respeito do projeto, o deputado…” ou “O delegado foi PERGUNTADO a respeito do crime”. Aqui temos duas frases em que o uso do verbo PERGUNTAR, Segundo a tradição, é inapropriado: nem o deputado nem o delegado poderiam ser “perguntados”. A realidade linguistica, porém, nos prova o contrário. São formas consagradas, e eu as consider caitáveis na lingual padrão.
Em resumo:
1o) “A validade do contrato foi QUESTIONADA” (=posta em dúvida);
2o) “Foi PERGUNTADO ao deputado se ele seria o candidato a prefeito” (=a coisa foi PERGUNTADA ao deputado).

4ª) COMUNICADO  ou  INFORMADO?
Alguns leitores querem saber se é correto dizer: “A polícia já foi COMUNICADA…” ou “O presidente não foi COMUNICADO…”
O verbo COMUNICAR apresenta um problema igual ao do verbo PERGUNTAR: só a coisa deveria ser COMUNICADA.
É outro caso em que o uso consagrado vai contra a tradição. Na minha opinião, são formas perfeitamente aceitáveis, mas que, em concursos, são consideradas “erradas”.
Quem COMUNICA COMUNICA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto). Isso significa que “ninguém deveria ser comunicado”.
O mais adequado, portanto, é: “O crime FOI COMUNICADO à polícia” e “O incidente não FOI COMUNICADO ao presidente”.
Outra solução é substituir o verbo COMUNICAR pelo INFORMAR. Quem INFORMA INFORMA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto) ou INFORMA alguém (=objeto direto) de alguma coisa (=objeto indireto). Isso significa que temos duas opções:
“A polícia FOI INFORMADA do crime”;
“O presidente não FOI INFORMADO do incidente”.

5ª) INVEROSSÍMEL ou INVEROSSÍMIL?
O certo é INVEROSSÍMIL.
Para o leitor que desconhece o significado, INVEROSSÍMIL é o que NÃO tem VEROSSIMILHANÇA (=semelhança com a verdade): IN (=não) + VERO (=verdade) + SÍMIL (=similar, semelhante).

6ª) Leitor quer saber se a concordância está correta na frase:”O preço dos pacotes acima FORAM BASEADOS por pessoa com uma estada mínima de 7 noites.”
A crítica do nosso leitor é perfeita. A concordância está errada. O certo é: “O PREÇO dos pacotes FOI BASEADO…”

7ª) E a frase “E vamos também cancelar várias das permissões já concedidas para publicidade nas ruas DE MODO A QUE o trabalho de despoluir a cidade seja realmente eficaz” está correta?
Nem pensar. O certo é: DE MODO QUE.


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