segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dicas de português - 5

1a) ENFEIANDO ou ENFEANDO?
Leitor nosso está em dúvida quanto ao uso do verbo “enfeiar”. Quer saber se a frase a seguir está correta: “Mas também está enfeiando a cidade e derrubando a imagem de administrador-arquiteto que nosso prefeito queria manter”.
Nosso leitor tem razão. Mas, cá entre nós, é um típico erro que muita gente boa não deve ter percebdo.
Para quem não sabe, o verbo é ENFEAR (=ficar feio). E aqui está o problema: se você fica FEIO, é porque está enfeiando. Errou duas vezes: nem ENFEIAR nem ENFEIANDO. O correto é ENFEAR e ENFEANDO.
O caso é o seguinte: o ditongo “ei” só ocorre quando a sílaba tônica cai sobre a vogal “e”: FEIo, iDEIa, reCEIo, pasSEIo, reCREIo, FREIo, CoREIa…
Entretanto, não há o ditongo “ei” quando a sílaba tônica muda de posição: enfeAR, enfeANdo, ideAL, ideoloGIa, receOso, passeANdo, freAda, coreAno…

2a) Verbos terminados em -EAR
Todos os verbos terminados em “-ear” (passear, saborear, cear, recrear, frear, enfear…) fazem um ditongo “ei” nas formas rizotônicas (=sílaba tônica na raiz do verbo).
As formas rizotônicas são: 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural dos tempos do presente:
a)    presente do indicativo:
eu passeio, tu passeias, ele passeia, eles passeiam;
eu freio, tu freias, ele freia, eles freiam;
eu enfeio, tu enfeias, ele enfeia, eles enfeiam;
b)    presente do subjuntivo:
que eu passeie, tu passeies, ele passeie, eles passeiem;
que eu freie, tu freies, ele freie, eles freiem;
que eu enfeie, tu enfeies, ele enfeie, eles enfeiem.
Observações:
1a) As 1a e 2a pessoas do plural não fazem ditongo:
nós passeamos, vós passeais, que nós passeemos;
nós freamos, vós freais, que nós freemos;
nós enfeamos, vós enfeais, que nós enfeemos;
2a) Nos tempos do pretérito e do futuro, jamais ocorre o ditongo:
eu passeei, ele passeou, eles passearam, eu passeava, ele
passeará, eles passeariam, passeando…

3a) ARREIA ou ARRIA?
As duas formas são corretas.
1a) Ele ARREIA é do verbo ARREAR (=pôr os arreios):
“Ele ARREIA o cavalo”;
2a) Ele ARRIA é do verbo ARRIAR (=abaixar):
“Ele ARRIA a cortina”.

4a) VISA ATENDER ou VISA A ATENDER?
Quanto à frase “…visa atender aos desejos dos alunos”, leitor quer saber se o certo não seria: “…visa a atender…”
Segundo a regência tradicional,o verbo VISAR, no sentido de “almejar, desejar, aspirar”, era transitivo indireto: “Sua campanha visava AO governo do estado”. Hoje em dia, porém, a maioria dos estudiosos considera caso de regência facultativa: transitive direto ou indireto.
Portanto, se seguirmos rigorosamente a regência clássica, devemos usar a preposição “a”: “…visa A atender aos desejos dos alunos”.
É importante, porém, observar que, atualmente, é perfeitamente aceitável a omissão da preposição quando se trata de locução verbal. Portanto, “visa atender” não é considerado um erro.
O mesmo ocorre em :
“Preciso de comprar…” ou “Preciso comprar…”

5a) VER ou VIR?
Leitor quer saber se a frase “Se você o ver, peça a ele que me ligue” está correta.
Nessa frase, o verbo VER deveria estar no futuro do subjuntivo. O certo é: “Se você o VIR…”
O futuro do subjuntivo do verbo VER é:
Quando ou se eu VIR, tu VIRES, ele VIR, nós VIRMOS, vós VIRDES, eles VIREM.

6ª) Qual é a forma correta?
a) os óculos escuros  ou  o óculos escuro ?
b) nada a ver  ou  nada haver ?
c) a maestro  ou  a maestrina ?
d) escrevi em baixo  ou  escrevi embaixo ?
e) ata por mim assinada  ou  ata pôr mim assinada ?

O certo é:
a)    os óculos escuros;
b)    nada a ver;
c)    a maestrina;
d)    escrevi embaixo;
e)    ata por mim assinada.

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