segunda-feira, 21 de março de 2011

Mais dicas de português para o dia-a-dia nas empresas

Mais dicas de português para o dia-a-dia nas empresas


Chegamos à última etapa dessa série de dicas contra os erros de português cometidos em empresas, e espero tê-lo ajudado a evitar essas construções que afetam sua imagem dentro do ambiente de trabalho.

Desta vez, começo com uma sugestão de uma colega, postada na seção de comentários da edição anterior, sobre o uso dos porquês. Boa ideia, Roberta! E obrigada!
Então, vamos a ele...

O uso dos PORQUÊS

Quando é causa ou queremos explicar alguma coisa utilizamos PORQUE:

Não foi ao trabalho porque estava doente.

Quando usado como substantivo, devemos escrever PORQUÊ, além de antecedê-lo com artigos:

Quero saber o porquê de ele não ter vindo.

O POR QUÊ acentuado e separado deve ser usado somente no final de frases e acompanhado por pontuação:

Faltou por quê?

Nos questionamentos propostos direta ou indiretamente; em substituição a por/pelo(a)(s)/qual(ais); ou quando a palavra motivo estiver subentendida, utiliza-se POR QUE separado e sem acento:

Por que você não foi?

Não sei as razões por que ele não veio. (= pelas quais)

Não sei por que ele não veio. (= qual motivo)


Advérbios

Muito cuidado ao concordar o advérbio “menos” com o substantivo, pois ele é invariável. Veja:

Havia menas pessoas naquele local. (forma errada)

Havia menos pessoas naquele local. (forma correta)

Atenção! Este advérbio nunca concordará com o gênero e deverá sempre ser utilizado como menos em qualquer situação, pois não existe a palavra “menas” em nenhuma hipótese.


Outro erro recorrente:

São meio-dia e meio. (forma errada)

Temos na frase acima dois erros. O primeiro se refere ao verbo ser:

É meio-dia.
É uma hora. (formas corretas)
São duas horas.

O verbo concorda com o número.

É meio-dia e meia. (forma correta)

Complementando a oração, adicionamos meia hora à afirmativa acima.
Desta forma, vemos que não é correto dizer “meio-dia e meio”, pois não é “meio hora”, mas “meia hora”.

Portanto, lembre-se para não errar:

É meio-dia e meia (hora).


É muito comum vermos o advérbio ou pronome relativo “onde” ser empregado diferentemente da ideia de lugar:

Esta é uma atitude onde se exige experiência. (forma errada)

Esta é uma atitude em que se exige experiência. (forma correta)

A matriz de nossa empresa fica na Capital Federal, onde a maioria de seus colaboradores trabalha. (forma correta)


Fora, Gerundismo!

Hoje em dia parece que os profissionais mais bem preparados neste assunto é o pessoal do Call Center. Isto porque eles passam por um treinamento intenso e esta é uma das principais recomendações a favor do cliente. Afinal, não há nada mais desagradável, além da habitual espera, que o “vou estar transferindo” ou “vou estar enviando”, não é mesmo?
Então, elimine a parceria do “vou + estar + gerúndio”. Isto é capaz de estragar qualquer comunicação empresarial!

(Veja mais sobre este assunto na edição de 15/9/2008 desta coluna)


Existem expressões absolutamente desnecessárias ao texto. Veja:

“A nível de” Administração, entendo tudo sobre BSC. (forma errada)

Entendo tudo sobre BSC. (forma correta)

Ou ainda:

Em Administração, entendo tudo sobre BSC. (forma correta)


“Vimos por meio desta” solicitar o envio das documentações... (forma errada)

Não seria melhor, e mais objetivo, simplesmente:

Solicitamos o envio das documentações... (forma correta)

Seu texto fica mais enxuto e você diz logo exatamente o que deseja, sem rodeios.


Verbo Fazer - Quando concordar com o sujeito?

Ele fez sucesso.
Eles farão aniversário amanhã.

Em seu sentido próprio, o verbo “fazer” concorda com o sujeito, como nos exemplos acima.

Faz cinco anos que trabalho aqui.
Faz muito calor no Rio.
Fazia horas que ela se foi.
Vai fazer dois anos que estamos juntos.
Está fazendo um ano e meio...

Nos exemplos acima há momentos em que o verbo “fazer” expressa fenômeno climático; outros, tempo decorrido. Nesses casos, o verbo não sofre alteração, pois não há sujeito, tornando-se invariável.

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